segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Adaptação bem feita é fundamental para o desenvolvimento


A decisão de matricular o filho na Educação Infantil é movida por diferentes razões. Alguns precisam apenas de um lugar para deixá-lo, enquanto outros entendem que esse é o ambiente mais apropriado para os pequenos. Nos dois casos, os primeiros dias na creche costumam não ser fáceis. As mães choram discretamente, se sentindo culpadas pela separação, e a criançada abre o berreiro ao ver os adultos saírem pela porta.
Evitar cenas assim é possível quando os profissionais escolares programam uma boa adaptação para todos. De acordo com a professora Núbia, da Escola de Educação Infantil Aprender Brincando,adaptação é quando enfrentamos uma situação nova, quando entramos em contato com algo já conhecido, mas por algum tempo distante do nosso convívio diário. De acordo com ela, a maneira como o processo de adaptação será conduzido é fundamental para que a criança tenha uma visão positiva com essa nova experiência. “Ela precisa se sentir cuidada, protegida e querida”, explicou.
Para os pais, essa primeira separação é muito difícil, pois ambos (crianças e pais) chegam a um ambiente diferente, com pessoas desconhecidas. “Nesse momento é muito importante o diálogo entre pais e educadores, é preciso que haja confiança dos pais na escola”, esclareceu Núbia.
A criança precisará ser preparada para começar a frequentar a escola. Existem alguns cuidados básicos que facilitam o processo.
Visitar a escola, conhecer o espaço, se possível em época de aulas para ver as outras crianças brincando e interagindo, ajuda a formar a cena para sua imaginação.
O ingresso na escola não deve jamais coincidir com algum outro acontecimento importante na vida da criança, como uma mudança de casa ou cidade, uma doença grave, a separação dos pais ou mesmo o nascimento de um irmão. Nesses episódios ela necessita de um tempo de recuperação.
Quanto à escolha do período, é bom que se faça em função da criança. Se ela dorme até mais tarde, deveria ser matriculada no período da tarde. Se dorme depois do almoço, o período preferível é o da manhã. Para as mães que trabalham fora, o melhor é que o período coincida com o do trabalho.
De preferência, a separação deve se dar aos poucos. Existem escolas que permitem uma separação gradual, deixando a mãe ficar com o filho na sala de aula ou na escola, nas primeiras semanas. É importante que a mãe deixe claro que não o está abandonando e voltará para levá-lo para casa, fazendo o possível para buscá-lo na hora exata da saída, sendo honesta com a criança, despedindo-se dela quando for sair. Só assim ela poderá se concentrar nas atividades propostas, e deixar de olhar todo o tempo para porta para saber se sua mãe já desapareceu.
A possibilidade da separação materna dependerá muito da atitude emocional da mãe. Não é possível compreender os sentimentos de uma criança sem pensar nos sentimentos que envolvem os pais. O sentimento de uma mãe, que leva seu filho na escola no primeiro dia de aula, é muito similar àquele vivido pela criança.
A mãe que tem que deixar o seu filho para trabalhar, pode se sentir culpada por não estar com ele o tempo todo e acaba se achando a última dos mortais. Essa experiência é vivida com dor. Na verdade, qualquer separação causa dor mental. O fato é que somente através da falta da mãe, e da necessidade da criança sair em busca de suas necessidades, por seu próprio esforço, é que se dará seu desenvolvimento emocional. O sentimento de culpa é uma emoção natural deste momento.
O mundo da criança com sua família está apoiado em bases sólidas e confiáveis. Um mundo mais amplo a espera para acrescentar sua parte ao que ela já construiu como modelo de vida. A partir daí, os pais podem então observar seu filho tornar-se uma criança como qualquer outra. A coisa mais importante que existe terá sido conquistada: uma outra pessoa.

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