Recebi a notícia que Tapejara estuda a implantação de estacionamento rotativo fiscalizado. Sou favorável por dois motivos: primeiro que dará um ar de cidade grande e segundo, nosso meio ambiente precisa desse cuidado. Também sou contrário, pois pelo estudo inicial será sem cobrança, apenas fiscalizado e isso representa custos sem receitas. Vejamos.
A principal razão para que se implante estacionamento rotativo é “por conta do grande número de comerciantes descontentes com a falta de espaço de estacionamento, em frente aos seus estabelecimentos comerciais.” Sem razão. Olhando de minha janela é fácil constatar que são os veículos dos próprios comerciantes que estão em frente aos seus estabelecimentos. Bastaria estacionar em local mais distante ou deixar o veículo em casa.
É fácil constatar que as pessoas parecem necessitar estacionar os seus automóveis exatamente na porta do estabelecimento. É mortal e motivo de ira, indignação e de idéias criativas como a do estacionamento rotativo se tiver que estacionar 20 ou até 50 metros do destino. Parece que estas pessoas nunca foram a Passo Fundo, Caxias ou cidades maiores, onde se é obrigado a pagar um estacionamento privativo ou andar várias quadras.
O lado muito bom é que própria notícia traz a solução: “Outro fator que causa transtorno é o costume dos tapejarenses irem trabalhar de carro, deixando seus automóveis estacionados durante o dia, em frente aos estabelecimentos comerciais.” Novamente olho pela janela e é verdade. Agora com o agravante que estes comerciantes utilizam o veículo apenas para se deslocar até o trabalho. E pasmem, a maioria deles não reside a mais que 400 ou 1.000 metros do local de trabalho! Vão de carro e ocupam uma vaga o dia todo.
Não precisamos de fiscalização e sim de conscientização. E a fiscalização sem cobrança não conscientiza. É cultural.
Presumo que o que tem para mudar é essa cultura de andar de carro. Em nossa cidade tudo é muito próximo: bancos, prefeitura, fórum, mercado. No entanto, é comum as pessoas, as mesmas que reclamam, por falta de vagas, pegarem seus veículos para fazem 500 metros.
Não precisamos de fiscalização e sim de conscientização. E a fiscalização sem cobrança não conscientiza. É cultural. Claro que é exagero pensar em cobrança em uma cidade do porte da nossa. É apenas uma provocação!
Certo é que não faltam vagas, há excesso de veículos mal utilizados. E é preciso saber por que as pessoas não gostam de caminhar? Será por preguiça, comodidade? Por não haver passeios em nossa cidade?
Caminhar exige calçadas regulares, sem buracos, degraus, galhos de árvores, iluminação, sucatas de veículo, móveis para venda e tudo mais.
Passeios: nesse quesito voltamos a ser uma pequena cidade do interior com ou sem estacionamento rotativo.
Cláudio A Biasi
Advogado – OAB-RS 35.406
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