O Programa é resultado de um estudo investigativo na linha de pesquisa Leitura e Formação de Leitor, demonstrando a importância do processo de formação de leitores com a participação de adultos mediadores como pai, mãe e cuidadores. A participação teve início com as mães na 28ª semana de gravidez. “Procuramos enfatizar a importância de conversar com a criança desde quando se encontra no ambiente intrauterino e no momento posterior ao nascimento, de cantar canções de ninar e de brincar, de recitar parlendas e trava-línguas, de narrar pequenas histórias, de promover brincadeiras de roda, de valorizar espécies literárias de natureza folclórica”, disse a autora Rita de Cássia.
As crianças do Programa estão hoje com uma média de 1 ano e 3 meses e participarão dos encontros até completarem 3 anos. De acordo com a professora Rita, de 0 a 3 anos a criança passa por um desenvolvimento cerebral que permite formar comportamentos de leitura. “Não encaramos mais a leitura como decodificação de palavras, mas como compreensão do mundo”, disse.
Em outubro de 2010 foi realizada a primeira avaliação do projeto, onde se constatou que houve uma mudança de perfil na Biblioteca Pública, que antes não recebia bebês, formou-se mães leitoras, que hoje lêem no mínimo um livro por semana para seus filhos e multiplicam estas ações de leitura, contando suas experiências no meio em que vivem. Os bebês participantes são mais atentos que as outras crianças na mesma faixa etária e mais sensíveis para a música. “A nossa próxima expectativa é com a fala”, explicou Rita.
O Programa Bebelendo necessita de um primeiro ano para a conscientização da gestante e de mais três anos para atividades que visem à formação e à mudança de comportamentos de leitura. Isso significa que serão necessários quatro anos para que o programa seja aplicado na íntegra em creches e bibliotecas parceiras, por exemplo.
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