sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Medicina: vocação, doação e dedicação

O dia de um médico revela que é preciso estar preparado para exercer a profissão 24 horas

Como é o dia a dia de um médico? Essa pergunta foi o bastante para que a equipe de reportagem do NT se propusesse a acompanhar o cotidiano deste profissional da saúde.
No dia 18 de outubro comemoraremos o Dia do Médico. Por sua trajetória de quase 50 anos de vida dedicados a Medicina, o clínico Geral, Dr. Johnny Dorval Zoppas, teve um dia de trabalho retratado nessa reportagem especial.
Para quem pensa que ser médico é fácil, não é bem assim. A rotina inicia às 06 horas da manhã, “chego ao Hospital Santo Antônio, às 07 horas, e realizo todas as visitas. Gosto de conferir como estão meus pacientes, conversar com eles” – explicou Zoppas.
O dia escolhido foi à quarta-feira (05), bem cedinho as enfermeiras já preparavam a paciente para uma cirurgia de vesícula, às 8 horas, Dr. Johnny acompanhado pelo Dr. José da Silva, entravam para a Sala de Cirurgia. Duas horas depois Zoppas já estava no seu consultório na Saúde Center Clínica, para atender seus pacientes.
Com relação a sua escolha profissional o médico é veemente em afirmar que faria tudo novamente, “quando cheguei a Tapejara, havia apenas duas ruas com calçamento, dois médicos atendiam toda a população de região. Ficava semanas de plantão, o telefone tocava no meio da noite para que eu fosse ao hospital fazer o atendimento. Não tinha hora para atender, não importava o que estivesse fazendo. Mas essa foi a vida que escolhi. Me sinto realizado como médico” – afirmou.
Entre uma consulta e outra Dr. Johnny falou também sobre a convivência diária com a morte, “fico triste quando morre um paciente, mas aprendi nesses anos de vida na medicina que ela faz parte da vida. Há alguns meses tive várias perdas na minha família e passei a ver a morte de uma maneira diferente. Como cirurgião, convivo mais que médicos de outras especialidades com isso, mas por outro lado existem mais situações de melhora de vida do que da perda dela” – contou.
Zoppas que fez da profissão a sua vida, muitas vezes deixando a família de lado, considera que não é somente o médico responsável pela melhora do paciente, “defino a medicina como fantástica, não apenas pela ótica de médico, mas dos demais profissionais envolvidos como as enfermeiras que nem sempre tem o reconhecimento. As pessoas às vezes lembram que o doutor as curou, sem dar atenção a quem ministrou os remédios, cuidou ou deu banho”.
Para encerrar o seu dia Zoppas retorna ao hospital para novamente ver como estão os seus pacientes, “é importante essa relação, na época em que me formei não existiam tantos aparelhos e exames, tínhamos que investigar os sintomas para depois fazer o diagnóstico. Os médicos de hoje, em alguns casos, apenas solicitam exame sem se importar em saber como realmente a pessoa está” – destacou.
No Brasil desde o século XIX a medicina é o recorde de público nos vestibulares, com relação a isso Zoppas afirmou que “ser médico é uma profissão digna como todas as outras, que exige vocação. Alguns jovens buscam fazer medicina por ter um falso status na sociedade, acredito que somente irá se destacar aquele que tiver o lado humano acima de outras questões” – encerrou.

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