quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

As mulheres no comando

Na política, no meio empresarial, nos esportes. Não importa o segmento, o mercado aponta para uma tendência clara: cada vez mais, as mulheres estão ocupando lugares de decisão. No Brasil, o número de mulheres no comando das empresas dobrou nos últimos anos. Hoje, 20,5% das companhias têm presidentes do sexo feminino. Há 11 anos, eram 10,3%.

O jogo virou! As mulheres puderam provar que profissionalismo, competência e trabalho bem feito independem do sexo da pessoa. Mesmo ainda sendo minoria, e em muitos casos com salários inferiores, elas ganham cada vez mais o respeito e a confiança dentro das organizações ou entidades. Mesmo ocupando cargos importantes e sendo responsáveis pelos maiores avanços de algumas companhias, ainda existem diferenças. Qualquer proposta feita por uma mulher ainda precisa ser muito mais defendida, apresentada de forma impecável e executada de forma perfeita para que suas ideias sejam respeitadas. É mais ou menos assim: um executivo se engana, uma executiva falha.
Mas este pode ser um ano decisivo com relação a importância feminina no cenário brasileiro. Isso porque o Brasil elegeu uma mulher para a presidência da República. É um grande passo. Na região de Tapejara, as mulheres comandam as Câmaras de Vereadores de cinco municípios (Tapejara, Santa Cecília do Sul, Coxilha, Sananduva e Mato Castelhano).

Cledi Hanel foi reeleita presidente da Câmara de Vereadores de Tapejara pelo segundo ano consecutivo. Ela é a única mulher na bancada legislativa, que conta com nove vereadores. O Jornal Novo Tempo entrevistou a vereadora:
NT- Você acha que a eleição de Dilma como presidente é uma passo importante na luta pela igualdade das mulheres, nos diferentes campos, principalmente na política?Cledi - Sim. É de fundamental importância a eleição de uma presidenta pra que se concretize realmente a igualdade tão pregada ao longo dos anos por homens e mulheres. Acredito que será um avanço histórico no respeito e na compreensão de que sim, a mulher pode tanto quanto o homem.
NT - Como mulher, na presidência do Legislativo, você enfrenta alguma dificuldade ou preconceito?Cledi - Não enfrento dificuldades por que os obstáculos são trasnpassados com bastante preseverança e determinação. Quanto ao preconceito, pode ser inverdade dizer que ele não existe. Porém no meu caso, tenho desconsiderado.
NT - Os homens já acataram com naturalidade, ou ainda demonstram-se resistentes ao comando de uma mulher?Cledi - (Risos) As vezes tenho a impressão de que eles aceitam os comandos de uma mulher com a naturalidade que um ser humano tem ao chupar um limão (Risos). Mas o tempo faz eles naturalmete acostumarem-se ao comando feminino.
NT - O que falta para uma mulher conquistar um espaço maior na sociedade?Cledi - Entendo, que na verdade, nada falta a mulher para ocupar um espaço maior na sociedade. O que falta é só a sociedade aceitar que ela é composta de homens e mulheres. Nada é possível com a falta de um deles. Portanto, os modelos educacionais e culturais devem ser trabalhados neste sentido. Não precisamos estar um passo a frente dos homens, o que precisamos e por isso já temos, é estarmos lado a lado.
NT - Você acha que esta é a década das mulheres?Cledi - Esta é a década em que as mulheres por seu trabalho, compromisso e superação estão atingindo os objetivos buscados a muito tempo. E posso dizer que o crescimento pessoal dos homens também contribui para que nesta década ser as mulheres tenham um destaque maior. A evolução do ser masculino, seja ela financeira, inteclectual ou espiritual dá a nossa sociedade o privilégio de não só se ter o conhecimento de que a mulher é capaz, mas ter também o entendimento de que a mulher é capaz.

A Acisat (Associação Comercial Industrial de Serviços e Agropecuária de Tapejara) terá no comando, em 2011, uma mulher. Roselaine Girardi Roman é formada em Ciências Contábeis com especialização em Recursos Humanos. Atualmente é consultora de empresas, mas já atuou como vendedora, auxiliar administrativo, estatutária na prefeitura de Tapejara, ocupou diversos cargos no Banco do Brasil e foi responsável pelo setor financeiro de uma grande empresa. Roselaine falou ao NT sobre suas metas na Acisat e os avanços femininos em lugares de destaque.
NT – Quais são sua metas para 2011 na presidência da Acisat?Roselaine - Manter os eventos/programas que já são sucesso na entidade e em conjunto com a Diretoria estudar novas formas de prestar serviços que contemplem e beneficiem o maior número de associados possível. A Diretoria eleita é formada por profissionais altamente competentes e conhecedores das necessidades dos nossos empresários tapejarenses, o que possibilitará uma gestão compartilhada e com frutos positivos.
NT - Como você avalia os setores comercial e empresarial de Tapejara?Roselaine - Nosso município é formado por pessoas trabalhadoras, criativas e prósperas. É surpreendente a velocidade com que este município cresce. Com certeza, isso é impulsionado pelos empresários de todos os setores, juntamente com suas equipes de trabalho.
NT - Como mulher, no comando de uma Associação importante para Tapejara, você acha que enfrentará preconceito ou dificuldades?Roselaine - Tenho a certeza de que não enfrentarei esse tipo de obstáculo, pois em toda a minha carreira profissional e nas entidades das quais participei, jamais sofri qualquer preconceito por ser mulher.
NT - Você acha que os homens já acatam com naturalidade os comandos de uma mulher ou ainda fazem “cara feia”?Nem todos os homens aceitam com naturalidade, mas cada vez mais, eles se rendem à capacidade feminina, pelo fato de que as mulheres conquistam seus espaços pelo seu próprio esforço, dedicação e inteligência.
NT - O que falta para a mulher conquistar um espaço maior na sociedade?Acredito que estamos engatinhando nesse sentido, mas esse processo de ocupar o seu espaço é irreversível. Somos produto de uma cultura patriarcal, que foi sendo adotada através dos tempos. Durante anos a mulher foi responsabilizada pelas tarefas domésticas. Era considerada um ser inferior, sem ambições e sem muita capacidade cognitiva. A mulher não participava sequer das decisões e das mudanças que atingiriam a sua vida. A luta da mulher pelo direito ao seu lugar vem crescendo e é muito bom verificar que as novas gerações já apresentam outro comportamento. É importante entender que não é uma guerra para saber quem é o melhor, e sim um movimento para que possamos trabalhar em harmonia, visto que as características entre homens e mulheres se complementam, ao invés de se distanciarem. A partir do momento que em que isso for percebido, acabarão as dificuldades e preconceitos.

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