Como todo ano de eleição um assunto vem à tona: a reforma eleitoral e a política. Sou favorável que ambas sejam aprovadas e entrem em vigor urgente, mas só agora provocar o debate é tarde. Os que votariam à reforma serão os votados, logo novamente não sai. No meu entender duas coisas deveriam, fazer parte das reformas e acabar de forma definitiva: o segundo turno e a possibilidade de coligações.
O segundo turno por que precisamos escolher entre dois. Não é eleição é plebiscito. Perdemos o poder de escolha. Ou se vota no A ou no B. Considerando ser ignorância política votar em branco ou nulo. Bom é poder escolher entre vários e não só Deus ou diabo.
Também deveriam acabar as coligações. Com o fim delas não precisariam as minorias se coligar com as maiorias. Antes era assim: oposição era oposição, governo era governo, socialistas, comunistas, progressistas e todos os demais “istas” tinham identidade. E o eleitor se identificava e votava em um deles!
Em 1989, por exemplo, para Presidente da república eram vinte e dois candidatos. Sim, para quem não lembra – e ninguém lembra: Collor – PRN, Lula– PT; Brizola – PDT; Mário Covas – PSDB; Maluf – PDS; Guilherme Afif Domingos – PL; Ulysses Guimarães – PMDB; Roberto Freire – PCB; Aureliano Chaves – PFL; Ronaldo Caiado – PSD; Affonso Camargo – PTB; Enéas – PRONA; José Alcides Marronzinho – PSP; Paulo Gontijo – PP; Zamir José Teixeira – PCN; Lívia Maria de Abreu – PN; Eudes Mattar – PLP; Fernando Gabeira – PV; Celso Brant – PMN; Antônio Pedreira – PPB; Manuel Horta – PDC do B e Armando Corrêa – PMB, que foi “trocado” por Sílvio Santos, o que não foi aprovado pelo TSE.
Cadê os outros três partidos?
Concordo com o Senador Pedro Simon: “sem coragem para depois viver de favores”.
No primeiro turno o eleitor pode escolher entre Lula, Brizola, Covas, Maluf e Ulisses, ou seja, PT, PDT, PSDB, PP e PMDB. Em 2.010 a escolha, em razão das coligações, já no primeiro turno será entre Dilma e Serra. Cadê os outros três partidos? Concordo com o Senador Pedro Simon: “sem coragem para depois viver de favores”.
Então vamos acabar com as coligações! Quem quer ganhar a carreira que largue seu próprio cavalo e o eleitor tem o direito de torcer por um pangaré ou puro sangue. Do jeito que está, ambos pangaré e puro sangue, estão na mesma raia.
O fim das coligações ainda evitaria perguntas no mínimo interessantes, para não dizer polêmicas como a do Editor Rodinei, que na última eleição questionou “Se confirmada a coligação de PMDB e PDT no estado, alguém imagina como será a campanha conjunta destes partidos em Tapejara?”
Claro que entendo que o fim das coligações não é apenas por isso. A verdadeira razão é que a busca pelo poder estão forçando a união de Deus e diabo. O que antes era considerado o pior dos partidos políticos agora é aliado na luta, a qualquer preço, pelo poder.
Deus e diabo juntos? Isso nunca foi sensato. Ou será que a Bíblia está errada e desta vez vai dar certo?
Cláudio A. Biasi
Advogado – OAB-RS 35.406
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