segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Dia de Finados para as diferentes crenças


Para muitos, o dia 02 de novembro, Dia de Finados, é um dia de tristeza. Para outros um dia como outro qualquer. E ainda tem aqueles que veem o Dia de Finados como um momento para comemorar. Independente de cada religião ou prática espiritual, a questão em comum no Dia de Finados é como o homem encara a morte. Cada pessoa busca uma explicação para o fim da vida.

Desde o século 1º, os cristãos rezam pelos falecidos; costumavam visitar os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que morreram sem martírio. No século 4º, já encontramos a Memória dos Mortos na celebração da missa. Desde o século 5º, a Igreja dedica um dia por ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava.

Desde o século XI, os Papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia por ano aos mortos. Desde o século XIII, esse dia anual por todos os mortos é comemorado no dia 2 de novembro, porque no dia 1º de novembro é a festa de "Todos os Santos".

O Dia de Todos os Santos celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados. O Dia de Todos os Mortos celebra todos os que morreram e não são lembrados na oração.

Todas as religiões oferecem às pessoas uma esperança de que a vida não termina. A reportagem do Novo Tempo conversou com representantes de algumas religiões e mostra aqui como cada uma delas lida com a morte e como celebram, ou não, o Dia de Finados.

Catolicismo: "morte é passagem para a vida eterna"
A Igreja Católica tem a ressurreição como um de seus dogmas mais importantes. Os católicos encaram a morte como o caminho natural para a vida eterna.

"Nós estamos só de passagem nesta vida. A morte é a porta para a vida eterna. Portanto, a morte não é o fim, é passagem", afirma o padre Ladir Casagrande, coordenador de Pastorais da Arquidiocese de Passo Fundo.

Segundo ele, neste contexto, Finados é visto como um dia de homenagens , é a celebração da esperança. "A morte é apenas uma etapa da caminhada para o encontro com Deus. A tristeza existe porque é uma separação, que não sabemos quanto tempo vai durar, mas sabemos que um dia vamos nos encontrar. Por isso, o Dia de Finados é a celebração da Esperança", explica o padre.

Ele diz, também, que a data objetiva trazer à memória as pessoas que já faleceram, seus valores e virtudes. "As pesssoas têm necessidade de certos ritos, como levar flores aos túmulos ou encomendar missas, mas estas são atitudes que fazem bem a elas e não aos mortos. O que se leva em conta é a vida que se leva aqui", frisou.

Evangélicos: "oremos pelos vivos e sua conversão"
Em geral, a Igreja Evangélica não celebra o Dia de Finados. Eles vão ao cemitério para evangelizar e consolar as pessoas. "Não cultuamos o corpo dos mortos, para nós nada daquilo que foi feito depois da morte poderá mudar o que fizemos durante a vida. A alma foi iluminada em vida, depois da morte, vamos esperar o encontro com Deus", explica o pastor da 2ª Igreja do Evangelho Quadrangular de Tapejara, Celso Martins.
Segundo o pastor, os evangélicos reconhecem em vida o valor das pessoas e "procuram seguir o caminho que levam a Deus, mas isso durante a vida", diz Celso.
Tem apoio bíblico esta tradição de orar pelos mortos? Como o cristão deve posicionar-se diante disso? De acordo com pastor, não há apoio bíblico quanto a orar pelos mortos. Morreu, segue-se o juízo, nada mais fará efeito no mundo espiritual quando a pessoa ora ou deixa de orar, porque ao morrer fisicamente, o referido finado já está destinado ou ao inferno ou ao céu (Vida Eterna).
Vejamos o que a Bíblia diz :
"E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo" (Hebreus 9. 27).

Fica claro neste texto que a morte sela todas as oportunidades dadas às pessoas. Não há como interferir na vida pós-morte. Se logo após a morte vem o juízo, como haveria possibilidade de orar para que alguém já morto fosse perdoado pelas suas faltas? Ele já não foi julgado? Orações pelos mortos são inúteis.
"e o pó volte à terra, como o que era, e o espírito volte a Deus, que o deu." (Eclesiastes 12. 7).

Não existem caminhos intermediários entre esta terra e Deus. Não existe purgatório, locais de purificação e nem novas oportunidades de salvação e perdão após a morte da pessoa.
A salvação é somente pela fé em Jesus Cristo.
"E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos." (Atos 4. 12). Isso mostra que orações pelos mortos não tem validade para salvá-los, purificá-los ou mesmo perdoar os seus pecados. Isso acontece na vida da pessoa através da fé em Cristo e do arrependimento.
"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." (1 João 1. 9)
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O perdão se dá através do arrependimento e da confissão dos pecados, o que os mortos não têm condições de fazer. A confissão é pessoal, de modo que eu não posso confessar os pecados de outro. Cada um responde pelos seus erros e só há oportunidade de confissão enquanto há vida.

Purgatório
De acordo com o pastor Celso, o purgatório trata-se de uma invenção do catolicismo, criada pelo papa Gregório I, em 593. O Concílio de Florença, realizado em 1439 a aprovou e foi confirmada no Concílio de Trento, em 1563. Sua sustentação está no livro de 2º Macabeus 12.42-46 (livro apócrifo.)
Não há na Bíblia textos que afirmam a existência do purgatório, na realidade, a Palavra de Deus mostra com clareza a existência de apenas dois destinos eternos, o Céu e o Inferno, que são selados com a morte. Veja as Palavras de Cristo:
"E Jesus terminou assim: —Portanto, estes irão para o castigo eterno, mas os bons irão para a vida eterna." Mt 25.46
Conformeo pastor, a prática realizada neste dia está totalmente distante do que diz a Bíblia.
O que, então, os evangélicos fazemos no dia de finados? "Como o feriado já está proclamado mesmo, creio que o melhor que podemos fazer é lembrar do legado que os nossos falecidos nos deixaram. Seus exemplos, sua sabedoria, seu carinho, seu amor. Ir ao cemitério e deixar os túmulos dos entes queridos honradamente bem cuidados não está contrário ao que a Bíblia diz", frisou.
Contudo, a Bíblia é bem clara ao afirmar (Mat. 25:46) que uns irão para o tormento eterno e os justos para a vida eterna. Não há outro lugar ou outro destino.
A Bíblia não deixa dúvida quanto à forma de Salvação.
"Lembre-se: se temos ciência da existência de Deus, Jesus, Espírito Santo, diabo, demônio, anjos, céus, inferno, salvação, condenação, etc. ela veio através das páginas da Bíblia, não há outra fonte que traz a existência de tal realidade. Portanto, é preciso que nos encaixemos nas verdades da Bíblia quanto à salvação. Não é uma atitude sábia trocarmos as informações bíblicas por teses ou teorias teológicas criadas com fins duvidosos; o purgatório é um bom exemplo da ação humana. Oremos pelos vivos e pela sua conversão", alerta o pastor.
 
Espiritismo: "mortos ficam sensibilizados com lembrança"
A origem do Dia de Finados nos leva ao ano de 998, há mais de 1.000 anos, quando o abade da Ordem dos Beneditinos em Cluny, França, instituiu em todos os mosteiros da Ordem naquele país a comemoração dos mortos, a 2 de novembro, culto que a Santa Sé aplaudiu e oficializou para todo o Ocidente.
Será que os "mortos" ficam sensibilizados ao nos lembrarmos deles?
O Espiritismo afirma-nos que sim. Eles ficam contentes e sensibilizados com a lembrança dos seus nomes. Se são felizes, essa lembrança aumenta sua felicidade; se são infelizes, isso constitui para eles um alívio.
No dia consagrado aos mortos, eles atendem ao apelo do pensamento dos que buscam orar sobre seus despojos, como em qualquer outra ocasião. Nessa data, os cemitérios ficam repletos de Espíritos, mais do que em outros dias, porque evidentemente há em tais ocasiões um número maior de pessoas que os chamam. É um erro, contudo, pensar que é a multidão de curiosos que os atrai ao campo santo; cada um ali comparece por causa de seus amigos e não pela reunião dos indiferentes que, muitas vezes, visitam os cemitérios como maneira de passar o tempo.
Não é, porém, indispensável comparecer ao cemitério para homenagear o ente querido que partiu. A visita ao túmulo é um modo de manifestar que se pensa no Espírito ausente – serve de imagem, mas é a prece que santifica o ato de lembrar, pouco importando o lugar, se ela é ditada pelo coração. ( http://www.oconsolador.com.br)
O Livro dos Espíritos (principal obra da codificação espírita) também nos esclarece:
320. Os Espíritos são sensíveis à saudade dos que os amavam na Terra?
- Muito mais do que podeis julgar. Essa lembrança aumenta-lhes a felicidade, se são felizes, e se são infelizes, serve-lhes de alívio.
321. O dia de comemoração dos mortos tem alguma coisa de mais solene para os Espíritos? Preparam-se eles para visitar os que vão orar sobre os túmulos?
- Os Espíritos atendem ao chamado do pensamento, nesse dia como nos outros.
321-a. Esse é para eles um dia de reunião junto às sepulturas?
- Reúnem-se em maior número nesse dia, porque maior é o número de pessoas que os chamam. Mas cada um só comparece em atenção aos seus amigos, e não pela multidão dos indiferentes.
321-b. Sob que forma comparecem, e como seriam vistos, se pudessem tornar-se visíveis?
- Aquela pela qual eram conhecidos em vida.
322. Os Espíritos esquecidos, cujas tumbas não são visitadas por ninguém, comparecem apesar disso e sentem algum desgosto por não verem nenhum amigo lembrar-se deles?
- Que lhes importa a Terra? Somente pelo coração se prendem a ela. Se não mais o amam, nada mais há que faça o Espírito voltar à Terra. Ele tem todo o Universo pela frente.
323. A visita ao túmulo proporciona mais satisfação ao Espírito do que uma prece feita em sua intenção?
- A visita ao túmulo é uma maneira de se manifestar que se pensa no Espírito ausente: é a exteriorização desse fato. Eu já vos disse que é a prece que santifica o ato de lembrar; pouco importa o lugar, se a lembrança é ditada pelo coração.
329. O respeito instintivo do homem pelos mortos, em todos os tempos e entre todos os povos, é um efeito da intuição da existência futura?
- É a sua consequência natural. Sem ela, esse respeito não teria sentido.

Para mais esclarecimentos entre em contato conosco:
Grupo Espírita Bezerra de Menezes
E-mail: gebmenezes@yahoo.com.br
Facebook: gebmenezestapejarars@yahoo.com.br
Rua Pedro Rebesquini, 30 – Bairro São Paulo
Tapejara - RS

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