sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Um rosto para sorrir!

Há quem insista em dizer que é impossível, à humanidade, reconhecer o rosto de Deus. Tanto mais absurdo, então, conhecer seu sorriso, ou quem sabe sentir o calor de suas mãos. Como seria permitido às pessoas verem a Deus? Senti-lo, tocá-lo, acariciar a Deus, deparar-se com Ele? Inaceitável aos insensatos! Todavia, a escritura nos ensina que são: “felizes os puros de coração, porque verão a Deus!” (Mt 5,8).
A busca pelo transcendente ocorre constantemente. Há quem procure a Deus na inspiração musical, no cultivo de um jardim, no trabalho dedicado, na vivência de um amor sincero, na transparência de uma amizade, na oração, na força da fé. Aos que cultivam um coração bom e puro, a graça e a bondade de Deus se apresentam de maneiras surpreendentes e nós sequer podemos imaginar, contudo, somos sempre chamados a ir ao seu encontro. “Peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês!” (Mt 7,7). Onde estamos batendo? Como é a nossa busca? Sabemos procurar? Deus se manifesta na simplicidade. Quer ver?
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Havia um menino que queria se encontrar com Deus. Ele sabia que tinha um longo caminho pela frente. Certo dia, ao sair para brincar no parque, encheu sua mochila com pastéis e refrigerante. Enquanto caminhava encontrou, na praça, um velhinho sentando em um banco, olhando os pássaros. O menino sentou-se junto a ele, abriu sua mochila, pronto para tomar seu lanche. Percebeu, então, que o velhinho estava com fome, e ofereceu-lhe um pastel. O velhinho muito agradecido aceitou e sorriu ao menino. Seu sorriso era tão incrível que o menino quis ver de novo; então ele ofereceu-lhe seu refrigerante. Mais uma vez o velhinho sorriu ao menino. O menino estava tão feliz! Ficaram sentados ali, sorrindo, comendo pastel e bebendo refrigerante pelo resto da tarde, sem falarem um ao outro.
Ao entardecer o menino estava cansado e resolveu voltar para casa, mas antes de sair ele se voltou e deu um grande abraço no velhinho. Foi quando recebeu do velhinho o maior sorriso que já havia recebido. Quando o menino entrou em casa, sua mãe, surpresa ao ver a felicidade estampada em seu rosto, perguntou: O que você fez hoje que te deixou tão feliz assim? Passei a tarde com Deus - e acrescentou - Sabe, Ele tem um lindo sorriso! Enquanto isso, o velhinho chegou em casa com o mais radiante sorriso na face, e seu filho perguntou: Por onde o senhor esteve papai que está tão feliz? E o velhinho respondeu: Comi pastéis e tomei refrigerante no parque com Deus. E antes que seu filho pudesse dizer algo, falou: Você sabe que Ele é bem mais jovem do que eu pensava?

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“Todo aquele que pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta será aberta.” (Mt 7,8). A face de Deus está em todas as pessoas e coisas, porém somente são vistas por nós com os olhos do amor e do coração. Quem cultiva um espírito de oração, simplicidade e mantém a pureza em seu coração, terá a alegria de encontrar a Deus no inocente olhar de uma criança ou mesmo no doce sorriso de um ancião. No entanto, existem muitos caminhos a percorrer. E se nós nos perguntássemos: Senhor que queres que eu faça? Senhor, que queres de mim? Talvez Deus nos dissesse: preciso apenas que você me empreste seu rosto para sorrir.
Pe. Leandro de Mello

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