O dia 25 de julho é reservado às homenagens aos Colonos e Motoristas, que tem significado muito especial para o desenvolvimento do País. O Colono produz e o Motorista transporta. Enquanto o Colono vive a realidade do árduo trabalho no campo e testemunha o desafio de fazer da terra o seu sustento e os Motoristas enfrentam perigos nas estradas, convivem com a falta de infraestrutura e precisam passar dias longe de casa.
15º Encontro de Aposentados e Agricultores reuniu 1,3 mil pessoas no sábado
Segundo dados divulgados pelo ultimo senso do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizado em 2010 a população rural do município de Tapejara cresceu cerca de 7%, contrariando o que ocorre em outros municípios. A diversificação das atividades agrícolas e a ação ativa de entidades ligadas ao setor como é o caso do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, explicam o fenômeno de inversão do êxodo rural.
Por traz do desenvolvimento de uma cidade existe uma força humana no exercício de uma atividade pouco reconhecida, mas de grande importância no dia a dia de cada brasileiro. Nem sempre lembrados, os agricultores são responsáveis pela geração de emprego e renda, movimentam a economia e tornam a agricultura competitiva. São eles os responsáveis pelo importante processo de produção de alimentos.
Pessoas que não tem horário para trabalhar. Começam no batente muitas vezes antes do amanhecer do dia e encerram as atividades quando o sol já se foi. Trabalhadores honestos, que muito se esforçam sem se cansar de lutar por melhorias no campo, sempre em busca de novas alternativas para o aumento da produtividade.
Para comemorar e valorizar os homens e mulheres do campo foi realizado o 15º Encontro de Aposentados e Associados do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, no sábado (23), no Salão Paroquial. Cerca de 1.300 pessoas participaram do evento, que teve início com uma missa seguida pelo pronunciamento de autoridades e almoço.
O primeiro encontro foi realizado em 1995, no CTG de Vila Lângaro. Em 1997 a festividade aconteceu na comunidade de São Silvestre. Eram realizados a cada dois anos, mas a partir do terceiro, o evento passou a ser anual.
Diversas autoridades prestigiaram o último encontro, sendo convidados para fazer parte da mesa principal a presidente do STRT, Jussara de Mello, o prefeito Seger Menegaz, o presidente do STR de Lagoa Vermelha, Lindomar do Carmo Morais que representou a Fetag, o coordenador regional e presidente do STR de Casca Nauro Nissola, o vereador representante da Câmara Municipal Inésio Cadore, o contador do Sindicato Joel Roso e a representante da Comissão Municipal de Aposentados Assunta Bernardi.
Segundo declarou Jussara, “precisamos valorizar mais os agricultores que impulsionam a economia, se temos o que comer é porque essas duas categorias, Colono e Motoristas, comprem com sua missão de levar nos ombros o compromisso de seguir acreditando todos os dias que tudo pode melhorar. Mas os governantes precisam fazer a sua parte ainda há muito que ser feito. O Sindicato estará sempre atento para defender os interesses dos Agricultores”.
Profissão, paixão e desafio
Sinval Biazotto, 49 anos, tem uma vida inteira na cabine de um caminhão. Sua primeira viagem foi em 1981, quando então tinha 19 anos. Daí em diante “foi mordido pelo bichinho”, como ele mesmo define, e nunca mais largou a profissão. “Tentei parar. Durante seis anos trabalhei como mecânico, mas não me realizava profissionalmente”, conta.
Das dificuldades da profissão, ele diz que ficar longe de casa é a maior. “Nas viagens longas, sentimos a solidão de estar distante da família”, cita. A alimentação também é lembrada pelo caminhoneiro como uma dificuldade. Dependendo da região, os profissionais têm que fazer as refeições em lugares precários. Daí, Biazotto guarda sua pior lembrança: “numa determinada viagem comi algo que me causou uma intoxicação alimentar, passei tão mal que parei o caminhão no meio da pista. Sorte minha é que logo atrás vinha um companheiro de profissão que me socorreu”, disse. Esta é a pior lembrança do motorista, que nunca sofreu nenhum assalto ou acidente.
Conhecedor das estradas, ele sabe quais as dificuldades que os caminhoneiros enfrentam no dia a dia da profissão. Uma das maiores queixas de quem ganha a vida nas rodovias do país, é o preço alto que os caminhões pagam nos pedágios. Tem estradas onde as concessionárias cobram até R$ 40,00 pela passagem do caminhão. Biazotto diz que a classe deveria ser mais unida. “Somos unidos no sentido de fazer amizades e ajudar uns aos outros, mas quando precisamos reivindicar não temos força conjunta”, frisa.
Mesmo com as dificuldades que a profissão de caminhoneiro enfrenta, para Biazotto foi à escolha certa da vida dele. “É do caminhão que eu tiro o sustento da minha família, eu não troco a minha profissão. Enquanto tiver forças para isso, estarei na estrada” afirma. Entre as coisas boas do ofício, ele cita que teve a oportunidade de conhecer praticamente o Brasil inteiro e não tem a rotina cansativa de quem passa o dia dentro de um escritório. E chama atenção para um fato: a escassez de novatos na profissão. “Poucos jovens querem ser caminhoneiros. Alguns começam, mas logo desistem; acredito que não suportam a solidão da estrada”.
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