Muitos dizem que elas estão dominando o mundo. No Brasil, são 3,9 milhões de mulheres a mais que homens, ou seja, 51,03% da população é feminina. Em Tapejara as mulheres também são maioria, 51,19% do total populacional.
O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, tem por objetivo lembrar tanto as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres em seus respectivos países como também as discriminações a que estão ainda submetidas.
A habilidade feminina em ministrar diferentes atividades simultaneamente é um fato. Hoje, esta característica não é usada simplesmente na administração das atividades profissionais e domésticas. Atualmente, as mulheres utilizam seus talentos para enfrentar desafios em diferentes áreas profissionais, principalmente na direção de empresas. As mulheres se adaptam bem a um formato com regras pré-estabelecidas que lhe dêem mais segurança e apoio.
Elas sofrem mais com o estresse da carreira, pois as pressões do trabalho fora de casa se duplicam. Elas se dedicam tanto ao trabalho e quando retornam para casa, se dedicam com a mesma intensidade ao trabalho doméstico.
Na gestão do conhecimento profissional, a mulher ganha cada vez mais importância estratégica, pois trabalha naturalmente com a diversidade e processos multifuncionais, além de compartilhar suas experiências e habilidades com os demais componentes da empresa/equipe. A sensibilidade da mulher permite que as equipes de trabalho que atuam isoladamente e com diferenças de heterogeneidades, se constituam numa equipe unida e atuando de forma sinérgica, com soluções criativas para resoluções de problemas, antes considerados insolúveis.
A mulher assusta; não só pela postura firme quando vai à luta, como pelo compromisso mais consolidado com a transparência e a ética. Na empresa privada ou pública, ela marca presença e conquista mais e mais posições de destaque. A mulher sabe o que deseja, por isso tem consciência de que muita coisa mudou para ela.
As mulheres de Tapejara estão representadas em importantes esferas: Cledi Hanel, presidente da Câmara de Vereadores; Roselaine Girardi, presidente da Acisat; Jussara de Mello, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais; Rosângela Dallagasperina, chefe da Emater local, além de outras que coordenam empresas e projetos de destaque. O Novo Tempo mostra, nesta edição, a história de duas mulheres que atuam em setores diferentes, mas se destacam pela força, comprometimento e posição que assumem na sociedade.
Uma delegada de fibra
Cláudia Crusius é titular da Delegacia da Mulher em Passo Fundo, mas atua esporadicamente em Tapejara substituindo delegados titulares em férias ou outras ocasiões. Até os 18 anos Cláudia sonhava em ser médica, nem cogitava se tornar policial. Diante da reprovação no vestibular para Medicina, optou por Direito, já que gostava da leitura e se dava bem na escrita. Logo se apaixonou pelo curso, onde convivia com vários agentes policiais, aprendendo a ver a polícia com outros olhos. Formada, alternou a advocacia com a realização de concursos, até que em 1998 passou no Concurso da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Cláudia não se sente em desvantagem por ser uma mulher chefiando ações de uma maioria de homens. “Acho que a profissão exige o preparo necessário, independente do sexo de quem a exerce. Todos nós, homens e mulheres policiais, passamos pela mesma formação, e a única eventual diferença que há entre nós é a questão da força física, o resto é igual para todo mundo”, frisou.
Na opinião da delegada, a sociedade ainda tem muito a aprender em termos de igualdade de direitos. “As mulheres são esforçadas, aguerridas, costumam muitas vezes serem o esteio da família, tanto moral quanto economicamente, mas o reconhecimento devido não vem, porque não são vistas como merecedoras disso”, salientou. Para que isso mude, de acordo com Cláudia, é necessário uma transformação da sociedade, que começa em nível de educação e cultura. Ela diz que enquanto a igualdade não for ensinada para todos, desde a mais terna idade, mais difícil será quebrar os tabus que envolvem essa desvalia da mulher, e que acabam redundando em violência, assédio, perda de postos de trabalho, entre outras coisas. “Qualquer direito assegurado hoje é fruto de longas batalhas anteriores, e nunca devemos esquecer das nossas predecessoras, que lutaram para que hoje pudéssemos estar no patamar que estamos”, finaliza.
Mulher que faz
Joceli Baseggio é conhecida da população tapejarense. Proprietária de uma empresa que presta serviços de limpeza urbana na cidade ela está sempre na ativa. “Se precisar varrer o chão ou arrancar algum mato eu faço, sem o menor problema”, diz. Joceli trabalha na área de limpeza há 12 anos e, como a maioria das mulheres, acumula as funções de mãe e dona de casa. Para se dar bem em todas as atividades que desempenha ela enfatiza que é preciso saber separar cada função. “Amo o que faço e dedico o melhor de mim para cada coisa que realizo, seja na minha empresa ou na minha casa”, diz.
A empresária comanda homens e mulheres e diz que sempre é respeitada por todos. “Acho que a mulher tem vantagens no comando, somos mais carismáticas e ao mesmo tempo temos um pulso mais firme que muitos homens”, cita. Joceli conta, ainda, que cultiva amizades com seus funcionários, pois sendo mulher é capaz de entender as dificuldades e alegrias da vida de cada um. “Sou mãe e compreendo muito bem quando alguma funcionária passa por algum imprevisto com os filhos. Neste caso, estou sempre disposta a ajudar”. Ela define a mulher como um ser indescritível, na dor e na delícia de ser o que é.
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