Um tumulto generalizado na Reserva Indígena de Charrua, teve início na sexta-feira (16) e se intensificou no sábado (17). O conflito entre grupos rivais teria sido motivado pela apreensão de bebidas alcoólicas, cuja comercialização é proibida dentro da Reserva. Após o fato, uma série de atos de vandalismo foi deflagrada, resultando em três casas incendiadas, três moradias e um veículo depredados e mais de dez índios feridos, alguns deles por arma de fogo. Em resposta a essa ação, o grupo do Cacicado teria realizado atos parecidos. No local também foram apreendidos cartuchos de diversos calibres.
Com isso, os índios migraram para as ruas de Tapejara. Mais de 200 deles habitaram a Praça Silvio Ughini e a sede da Funai. O prefeito Seger Luiz Menegaz participou na quarta-feira (21), de diversas audiências em Passo Fundo buscando solucionar o problema dos índios. Ele esteve na Funai em audiência com o coordenador regional Adir Reginatto e demais técnicos da instituição, na Polícia Federal com o delegado Fabrício Argenta, e no 3º Regimento de Polícia Montana (RPMon). Menegaz disse ter ficado insatisfeito e indignado com o resultado das reuniões, já que a Funai tem se mostrado omissa com relação ao problema. “Desde domingo tenho tentado falar com os representantes do órgão e somente hoje tivemos retorno porque fomos até a sede sem marcar audiência. A Funai não esteve nenhuma vez em Tapejara e estamos preocupados exatamente porque os indígenas estão desassistidos pelos órgãos competentes. Eles estão em situação precária de higiene, saúde e alimentação”, ressaltou.
Menegaz também esteve visitando o prefeito municipal de Charrua, Luiz Carlos Franklin da Silva, pedindo auxílio para a solução do problema, já que os indígenas são cidadãos e eleitores daquele município. Porém, nenhum representante da prefeitura de Charrua esteve presente em Tapejara, o que tem provocado indignação por parte dos indígenas. “Queremos ressaltar o empenho do promotor de justiça de Tapejara, Márcio Schenatto, que tem nos ajudado fazendo contatos com todas as autoridades tentando a solução do problema”, disse
O prefeito lembrou que a questão que envolve os indígenas não é de competência do poder público municipal de Tapejara, entretanto, entende que como os órgãos competentes não estão dando atenção necessária, precisa-se buscar uma solução para o problema e ao mesmo tempo, tranquilizar o cidadão tapejarense. Menegaz explicou que neste momento os indígenas querem proteção para retornarem à reserva com segurança e isso não está sendo atendido pelos órgãos competentes. A Prefeitura disponibilizou ônibus para o transporte dos desabrigados até Charrua, porém, os índios querem a garantia da segurança para o retorno em suas casas.
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