A bebida alcoólica ainda é um dos principais problemas enfrentados na Reserva Indígena do Ligeiro no município de Charrua.
Depois de sete anos sem o comando de um cacique, no dia 29 de março, aconteceu eleição da nova liderança. O indígena Vilácio Candinho foi eleito cacique. Na ânsia por organizar a aldeia, as novas regras começaram a ser colocadas em prática, o que acabou gerando descontentamento por parte de alguns.
De acordo com Candinho, a proibição de venda de bebida alcoólica, foi o que teria motivado o confronto na sexta-feira (22). “Chamamos o índio que estava comercializando bebida na aldeia. Queríamos conversar e explicar as novas regras, mas ele não compareceu. Nossos policiais foram em busca desse indígena e se depararam com um grupo de índios armados. A Brigada Militar de Charrua foi acionada e também foi contra-atacada”, disse.
Houve depredação e saques nas residências das lideranças e tiroteio. “Preferimos recuar e fugir para não haver um confronto maior onde vidas estavam em risco”, contou o cacique.
Cerca de 300 índios fugiram na madrugada de sexta-feira, por volta das 3 horas, em direção ao centro de Charrua, onde permanecem acampados.
A liderança indígena procurou auxílio na Funai em Passo Fundo. Conforme Lima, o Batalhão de Operações Especiais (BOE), se dirigiu à aldeia para assegurar o retorno dos 300 indígenas que ficaram refugiados no ginásio poliesportivo de Charrua. “Queremos paz em nossa comunidade”, pediu Lima.
Depois da prisão de 10 índios, que foram encaminhados ao Presídio de Erechim, as famílias começaram a retornar para a aldeia na quinta-feira (5). De acordo com informações da Brigada Militar de Charrua, as operações policias ainda estão em andamento e mais pessoas podem ser presas.
A Reserva do Ligeiro em Charrua conta com cerca de 1600 indígenas. As aulas e o atendimento no posto de saúde na reserva foram supensos durante o impasse. A previsão é que durante esta semana, as atividade retornem ao andamento normal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário