Seguindo o roteiro de audiências públicas em cidades com acesso apenas por estrada de chão, a Comissão Especial em favor dos municípios sem ligação asfáltica esteve em Gentil na segunda-feira (16). O encontro reuniu lideranças da Associação dos Municípios do Planalto (Ampla), da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) e do Nordeste Riograndense (Amunor), além da Secretaria de Infraestrutura e Logística e do Daer.
Presidente do grupo, o deputado Gilmar Sossella (PDT) informou que esteve em Brasília para audiência com o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. “Apresentamos ao secretário a necessidade de conseguirmos empréstimos para a construção dos acessos nos 105 municípios gaúchos carentes de ligação asfáltica”, destaca.
A Assembleia Legislativa aprovou os projetos já sancionados que autorizam o Executivo a contrair financiamento de R$ 1,3 bilhão com o BNDES e US$ 480 milhões com o BIRD. “Arno Augustin é membro titular da Comissão de Financiamentos Externos do Ministério do Planejamento e garantiu que o processo está bem encaminhado e as expectativas são boas”, ressalta Sossella.
De acordo com o secretário em exercício de Infraestrutura e Logística do Estado, Claudemir Bragagnolo, a pasta possui orçamento limitado e dívidas a pagar, o que justifica a necessidade de obter financiamentos para dar continuidade aos trabalhos. Anunciou que os projetos de Vista Alegre do Prata e Água Santa – nas 13ª e 17ª posição entre as prioridades do Estado, respectivamente – não serão paralisados até que todo o acesso seja finalizado. Já Gentil, André da Rocha e Santo Antônio do Palma pertencem ao segundo lote. “O nosso objetivo é retomar estas obras no segundo semestre, mas para isso dependemos da liberação do financiamento junto ao BNDES”.
Gilmar Sossella ressalta que os municípios incluídos no terceiro grupo são os que mais preocupam. A previsão de início é 2013 e sete municípios desta região pertencem ao grupo: Guabiju, Muliterno, Montauri, Santa Cecília do Sul, Santo Expedito do Sul, São Jorge e Tupanci do Sul.
Conforme destacou o prefeito de Gentil, Vanderlei do Amaral. “Já discutimos o assunto em reuniões com o Daer e a Seinfra e não mediremos esforços para trazer este grande investimento para o nosso município”.
Para o prefeito de São João da Urtiga e presidente da Amunor, Ederildo Paparico Bachi, esta luta não é para obras de luxo. “Asfalto é um direito da população, um benefício que trará mais qualidade de vida e acesso facilitado à saúde à educação”, afirma.
Segundo o prefeito de Água Santa, Antonio Alfredo de Souza, as obras de pavimentação representam a esperança de que os jovens permaneçam no município. Já para o gestor de Mato Castelhano e presidente da Ampla, Solano Ricardo Canevese, o asfalto dará às cidades condições de buscar o desenvolvimento com igualdade.
O prefeito de Charrua, por sua vez, pede a sinalização do trecho já concluído no município. “Nosso asfalto está pronto, mas falta a sinalização. Aumentou muito o número de acidentes e está perigoso trafegar pela via. A população está protestando”, declara Luiz Carlos Franklin da Silva.
Artur Alexandre Souto, coordenador do PDT Planalto e representante de Santa Cecília do Sul, salienta que o perfil econômico do município aponta a importância da pavimentação. “A cidade possui agricultura forte e cerca de 200 aviários, que compreendem grande parte da economia local e podem crescer ainda mais. Falta o asfalto para impulsionar o crescimento”, avalia.
Participaram da audiência pública os deputados Altemir Tortelli, relator da Comissão Especial, e Luciano Azevedo; o engenheiro do Daer em Passo Fundo, Julio Huber; os prefeitos de Nicolau Vergueiro, Danilmar da Costa; de Planalto, Antonio Scaravonatto; de David Canabarro, Luiz Deon; de Santo Antônio do Palma, Silvério Zat; o vice-prefeito de Sananduva, Leomar Foscarini; o vice-prefeito de Gentil, Neri Copceski; o ex-prefeito de Gentil, Alcenir Dalmago, além de vereadores e lideranças comunitárias das cidades.
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